Nobres Leitores, a nossa coluna Teológica, espiritual e poética desse mês prestigiará a poetisa Teresa Barros dos Santos, membro pertencente à Família Putiuense BARROS BARBOSA, com sua crônica intitulada FINITUDE, onde nos leva a refletir sobre nossos desapegos e finitude. Isto posto; vamos a nossa reflexão, cuja temática recai sobre o mistério da nossa vida humana, com a
Crônica de: Teresa Norma Barros dos Santos, graduada em Biblioteconomia pela UFC, aposentada e poetisa.
FINITUDE
Vivendo a experiência de lentamente ver se desfazer uma casa, muito triste, confesso que esta tem sido uma das coisas mais sofridas da minha vida. Desfazer uma casa implica em interromper sonhos, realidades que um dia ali foram construídas tijolo por tijolo, desfazer uma moradia significa parar no tempo, interromper o processo da vida.
E enquanto vou Percorrendo cada cômodo, cada lugar, todos os dias, ali, examinando com cuidado cada objeto por mais simples que seja, como um calendário antigo, um relógio que parou de funcionar há tempos, não sei quando, uma flor desbotada pelos anos, uma estatueta, um abajur, um leque, uma peça de costura inacabada, um guarda louças, uma imagem, um terço... penso no significado de cada objeto para as pessoas que ali habitaram, viveram seus dias, suas noites, seus anos e anos afins, amaram, sonharam, refletiram sobre suas vidas, tiveram alegrias, tristezas, conflitos, tempo de paz, felicidade, dias de provação, dor, perdas, dias ensolarados, esperançosos, de fé, de questionamentos sobre a nossa passagem por aqui...cada coisa fala para mim com sua linguagem própria, retrata o estilo de vida dos seus donos.
Cada um vai se delineando diante dos meus olhos, me dando lição de vida. Algumas coisas desgastadas pelo tempo, outras pelo apego, vão retratando para mim, uma história de vida. Peças de um quebra cabeça gigante, difícil de ser montado. Assim é a vida humana, um quebra cabeça enorme, cheio de minúsculos detalhes, onde cada peça faz parte daquilo que chamamos viver.
Mas uma coisa me chamou a atenção: o jardim continua vivo, verde, ramificando, florindo, a vida insistindo em continuar bela como sempre foi, apesar das adversidades. Tudo que estou presenciando, vai me servindo de reflexão, vou me agigantando por dentro, tentando me despojar dos apegos materiais, e preparando o meu ser para uma vida mais leve, com menos bagagem para carregar pela vida afora.
A bagagem de cada um de nós, precisa ser interior, e necessita ser repassada aos poucos em vida, com tudo aquilo que a gente tem de melhor, testemunhar essas situações de vida tem sido uma rica experiência para mim, apesar da enorme saudade deixada pela perda dos nossos entes queridos.
Que Deus me dê forças!
E para encerrar a nossa coluna vejamos abaixo: o profundo e forte ensinamento de Santa Teresa D`Ávila - Doutora da Igreja.
“Quem a Deus tem, mesmo que passe por momentos difíceis; sendo Deus o seu Tesouro, nada lhe falta SÓ DEUS BASTA!”
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Luiza Marlete Barros Barbosa, baturiteense do Putiú, Advogada Criminalista e Previdenciária, ex-Juíza Leiga do TJ-CE, ex-Professora Universitária, Aposentada, Pós-Graduada em Administração, Graduanda em Teologia e Missionária.