O “Putiú” do Putiú (parte III)
Por: Paulo George
Colaboração: Wandemberg do Carmo (Van) e Wildima Pinheiro
Supervisão textual: Jane carvalho
Putiú do Putiú de Dona Dió, seu Zuca pais da Lurdetes, Zumar, Chico e Luiz Cocão, uma das famílias mais tradicionais Feiradogadense.
Putiú do Putiú da Feira do Gado dos Passarinhos, dos Oliveiras...
O bairro Putiú é o único em Baturité, no Ceará, no Brasil e no mundo que tem ou teve quase a região nordeste num só bairro:
a Bahia era representada pelo Baiano da Suzete;
Pernambuco era o marido da dona Neta, Piauí , tínhamos dois: o da dona Luiza e outro era irmão da Marlene do saudoso Lázaro, boêmio, casado com a Maria de Marlene, pais da Ozana, Maria do Carmo (buquinha) Isabel, Lazinho, Laécio e o Sérgio.!
Paraíba, essa era bem representada pelos irmãos, Zé Paraibano, Chagas Paraibano, Iatagan, Wivancir, Zé Willian, Moisés, Raimundo, Mardônio, não dá para falar em todos, passaríamos uma eternidade.
Maranhão era muito bem representado pela nossa dama da simpatia Maria Maranhão, dona de joias raríssimas que de longe anunciavam sua vinda!
Nosso estado está presente sim, por muito tempo tivemos o Ceará no alto da igrejinha.
Outra curiosidade do nosso querido bairro são as figuras populares que se eternizaram como a dona Maria Caripina, artesã das rendas nos bilros, o Antero das pamonhas, o seu Mozael sapateiro, a Kika do Mozael pela sua tradicional Caminhada Franciscana de Baturité a Canindé, que, nesse ano será a XXXVIII edição, a Dona Vicença padeira, o seu Luciano Moreira , grande escritor e amante da Literatura, o Miguel e seu bar da sinuca, o Inácio pelo famoso “o rio do Inácio”, Dona Levina dos cajueiros no carro quebrado, as irmãs moças velhas: Maria, Mariana e Maroca.
E a nossa lenda viva a Dolores dos cachorros. O que falar da Dolores? Hoje, no auge dos seus 89 anos, ainda vive na rua sendo respeitada e querida pela nova geração, antes jogava pedras, agora recebe confetes e é fotografada pelos seus seguidores de outrora. Conseguiu civilizar-se e ser admirada por todos. Essa merece um livro e um longa contando sua história, pois todos nós da geração Coca-Cola estaríamos fazendo parte de cada capítulo.
Putiú do Putiú do Alto da Cruz, dos Lázaros de Júlia, Maria, e de Antero das pamonhas e de dona Antônia Lázaro, pais da Gláucia (baia), Diana, Cláudia, Paulo, das irmãs Caçotas Lucia e Tereza, que vendiam suas cestinhas de uva na estação para os viajantes do trem, essas merecem suas estátuas esculpidas no calçadão da RFFESA, com seus tabuleiros na cabeça. Da tia Vicência e do seu Epitácio pais da Fransquinha, Lindalva, Cláudio, Dedé e Manoel.
Putiú do Putiú do Alto da Cruz de Carmélia, Gracinha, de Carmelita e Darlene, de Ritas , Jacinta e Marilac, de Augusta e Cristina, de Mariá e Toinhas, de Carma, Noca, Adriana e Cláudias, de Beatriz e Francisca da Beata ou (Chica da Beata) uma das primeiras Agentes Comunitárias de Saúde do nosso Município, mulher emponderada já nos anos 80 ,Mônica da Silva e Francimara, da Ritinha e Beta, Célia, da dona Maria do seu Zé de Barros, da Edna (Ada), Regina, Nenem, dona Marina, Lúcia, Regina, Liliane, Liége , da dona Zizita e Mirete, Carmozita, Ivonete, Ivoneide!
Putiú do Putiú do Alto da Cruz dos Ramos , dos Oliveiras, dos Barros, da Silva...da Kika do Mozael, das caminhadas a pé para Canindé, da Lúcia, Graça, Liduína e Socorro, da dona Suzete e Valdenice, da Maria, da Tetê, da dona Zefinha, da dona Zita, da dona Maria Mota e da Célia...
Putiú do Putiú das Mucunãs, dos Cardosos, dos Jacós, dos Fernandes, dos Pedros, das Alziras , dos Pneos, dos Jardins, dos Cardins, dos Ingás, dos Mulatos, dos Pereiras, dos Soutos e Amarrados.
Putiú do Putiú do Sanharão dos Pacatubas, dos Menezes, dos Ferreiras, dos Brunos e Brunas, dos Hélios e Marias, Luizas, Célias, Marietes, Suelis, dona Dica, dona Terezinha, Liduínas e Áureas, Fátimas, Zarias, e muitas outras famílias ilustres!
Putiú do Putíu da Manga – eita bairro para ter crescido nos últimos anos, principalmente da década de 80 para cá. Por que Manga? – Lugar onde se coloca os animais para pastar, mas não tem nada a ver com lugar cheio de mangueiras! Hoje, um dos maiores bairros de Baturité, com sua economia voltada para vários comércios, mercadinhos, bares, barbearias, boutiques, Escola Laura Vicuña, CEI Leidiane, Areninha, Estádio Alberto Wagner, UBS Unidade Básica de Saúde, Salão Comunitário dos Moradores da Manga, Projetos Sociais como o de ARTE & CULTURA , coordenado pelos Professores : Mônica Silva, Meyre e Clesiano, atendendo 160 participantes entre crianças, adolescentes e senhoras, com recursos próprios adquiridos através de eventos, feirinhas, rifas e bingos. O Projeto conta com um grupo de voluntariados que ofertam oficinas de arte cênica, pintura infantil, pintura mulheres, contação de história, robótica, crochê, bijuterias, fuxico e bonecas de pano, dança, canto/coral, instrumentais, violão, desenho , muay thai, capoeira, terapias holísticas, dentre outras atividades.
Os primeiros habitantes da Manga deixaram um grande legado...seus sucessores, aqui nos referimos a Lourdes Martins, Sr. Zé Martins, Chico Martins, Rocilda, Licinha, a família do Vieira (seu Vieirinha) trocador de animais, Cego Oscar : “ Irmão, o cego pede uma esmola pelo amor de Deus” e quando alguém lhe estendia as mãos com alguns trocados em sua latinha de doce de goiabada, ele dizia: “ Deus te dê a salvação! Deus te livre da praga do mau vizinho, Deus te dê o reino do Paraíso, viu, meu irmão ! ” E saía dali com a felicidade estampada em seu semblante. Seu Oscar foi um dos primeiros a construir sua casa na Rua Miguel Victor Filho, que ainda não tinha esse nome. Creuza, Jovelina e Valdecir são seus sucessores...
Outros povos importantes para o desenvolvimento e crescimento da Manga foram os povos ciganos...Nossos irmãos ciganos trouxeram sua cultura no início da criação do nosso bairro e continuam até hoje com seus costumes, suas culturas e belezas naturais...
Há um ditado que diz: “ Quem bebe da água de Baturité, não quer mais ir embora” acredito que isso aconteceu com seu “Neguim” e sua caravana, que nos deixou com seus descendentes, pessoas decentes e de bom coração!
Putiú do Putiú da Manga - A Manga, além de ser um bairro tornou-se também um sobrenome, né verdade, seu Batista da Manga?”
Outra figura emblemática é a Dolores dos cachorros, uma das fundadoras do conceituado bairro, na sua casinha de sapé que dividia com cães e gatos, Dolores colecionou vários seguidores (Naquela época) nem existiam as redes sociais, mas, Dolores ao responder com pedradas as crianças, jovens e adultos as provocações com o famoso (béééééééééé), Dolores cadê o bode do Ribamar? Isso a tirava do sério, levando-a a fúria, ao descontrole emocional e ela começa a atirar pedras, e não eram pedrinhas... sua força brutal a impulsionava e assim eram meninos e meninas correndo para dentro das casas alheias. Da nossa geração e de outras, quem nunca levou uma carreira da Dolores? Hoje, no auge dos seus 89 anos, vive de uma aposentadoria e continua dividindo seu teto com cães e gatos, numa comunidade chamada Oiticica.
Senhor Ciço Duca , outro grande bem feitor para o desenvolvimento da Manga
Putiú do Tupi, grande boêmio que vivia com seu pandeiro na mão tocando de bar em bar e quando encontrava uma turma boa ali ficava por uma bicada.
Nos meados dos anos 80, o programa de auditório e de TV Irapuan Lima, veio para Baturité, gravado na Quadra de esportes Dom Bosco, e lá estava ele, Tupi e seu pandeiro, não é que o danado ficou em primeiro lugar!? E ninguém acreditava em seu potencial e com uma canção do imortal Jackson do Pandeiro 20 mãos de milho, estava lá o Tupi, famoso para todo o estado do Ceará, no canal 10. Só aí eu fui entender porque ele era o Tupi do Pandeiro. Eu vivenciei esse momento interpretando a música Sonho meu, uma gravação da nossa querida Maria Betânia, ficando em segundo lugar na competição, ganhando uns óculos da ótica BORIS e ele foi contemplado com uma viagem pra Fortaleza e participar do programa ao vivo.
Putiú um dos bairros mais carismático, simpático, pacato e bom de se viver, foi instituído o dia 20 de julho, como o DIA do PUTIÚ, tivemos três dias comemorativos 19, 20 e 21 de julho de 2024 com a 1ª Olímpiada do bairro e uma noite cultural que será contada e lembrada pela geração “Nutela”.